Política | Paulo Guedes justifica dólar alto com sua principal característica: ódio aos pobres
“Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para a Disneylândia… Vai passear ali no Nordeste.”
Toda vez que Paulo Guedes abre a boca, lembro dos amigos “liberais” e economistas que, à época das últimas eleições, diziam que esse sujeito é preparado.
Assim ignorando suas péssimas entrevistas, sua incapacidade de justificar seus números (como o trilhão que nunca veio e nunca virá) e o fato de vir de uma escola política econômica defasada em 30 anos.
Hoje vemos que a visão de mundo desse rapa de tacho da escola chilena é defasada em muito mais tempo. Uns 150 anos! Mentalidade escravista.
“O câmbio não está nervoso, mudou. Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para a Disneylândia, uma festa danada. Pera aí. Vai passear em Foz do Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu, vai passear o Brasil, vai conhecer o Brasil. Está cheio de coisa bonita para ver.”
Guedes odeia pobre, odeia muito!
Guedes diz que o pobre é pobre porque não poupa (“consome tudo”), e que o rico é rico porque poupa e “capitaliza seus recursos”. Inacreditável!
Guedes atribui ao pobre as agressões ao meio ambiente que são perpetradas pelas indústrias e pelos latifundiários. E ofende a inteligência de quem sabe que Bolsonaro apoia o desmatamento ilegal promovido por essas pessoas e entidades — que são ricas, muito ricas.
Guedes chama servidor público de parasita por causa de sua estabilidade, um direito que garante o bom funcionamento do Estado ao, dentre outras coisas, permitir que esses servidores cumpram o trabalho de fiscalizar gente como o próprio Guedes sem correr o risco de perder o emprego.
Guedes chama trabalhador de parasita sendo ele um rentista, alguém que ganha dinheiro sem trabalhar.
Guedes propõe uma série de reformas que asfixiam o pobre, e somente o pobre, enquanto os privilégios das elites seguem intocados e aumenta o rombo das previdências mais deficitárias (de juízes a militares).
Guedes faz coro com os Bolsonaro e insinua AI-5 se o cidadão gozar de seu direito de protestar contra as medidas “antipovo” que ele propõe.
Guedes detesta a democracia.
Guedes, “do alto” de sua sofrível articulação argumentativa, inventou que domésticas viajam à Disney (infelizmente, não) para justificar a alta do dólar em seu governo.
Guedes ataca o pobre, mais uma vez, com uma mentira para defender o que antes, sob governos de centro-esquerda, acusava como sendo um problema.
Guedes ataca também quem de fato usufruía do prazer de viajar à Disney: a mesma classe média que votou nele.
Guedes é o Caco Antibes da vida real. Logo, sem a graça do personagem da ficção — uma sátira ao que há de mais primitivo no rico.
“Caco Antibes é um personagem psicótico da ficção, que representa o que há de pior na elite brasileira. Ser comparado a ele deveria ser uma vergonha pro ministro. Uma vergonha!”, disse Miguel Falabella, autor do personagem para a comédia Sai de Baixo.
Guedes é péssimo nas entrevistas porque é despreparado e porque não tem vergonha de admitir que governa baseado no que há de pior dentro de si: ódio aos pobres.
Guedes não tem vergonha.
Guedes é uma vergonha.